História

Desde a sua fundação, em 14 de maio de 1982, a União Metropolitana dos Estudantes Secundarista esteve presente em todas as lutas populares de Natal e do Rio Grande do Norte. Com poucos anos de existência, ainda na década de 80, participou do movimento estadual pelas Diretas Já!, que culminaria na redemocratização do Brasil.
Passeata da UMES contra a redução dos tickets. 1987.
A UMES deu provas constantes de sua combatividade quando, mesmo sob o período ditatorial, organizou os estudantes secundaristas para as suas demandas reivindicatórias. Desde então, nunca mais saiu do cotidiano das salas de aula e das ruas de Natal.

Após a redemocratização, os estudantes obtiveram uma grande vitória. No dia 4 de novembro de 1985, foi aprovada a Lei do Grêmio Livre que, em contraponto aos inoperantes Centros Cívicos, tem autonomia para participar livremente da vida política da escola, além de movimentar a vida cultural, artística e desportiva local. Essa foi a primeira grande bandeira relacionada ao movimento durante a década, tendo em vista o interesse dos estudantes de se libertarem dos centros cívicos.

No dia 15 de junho, de 1988, a UMES realizou uma paralisação geral dos estudantes para manifestar-se contra a doação de sete salas de aula pertencentes à Escola Estadual João Tibúrcio a uma instituição privada, repercutindo massivamente na cidade. Ainda nesse período, ocupou a agenda da UMES a reivindicação da contratação de professores para as escolas públicas, diante da falta de profissionais nas instituições de ensino.

Em 1987, a prefeitura instalou uma comissão para coordenar o processo de eleições diretas para diretor das escolas municipais, que havia sido exigida pela UMES. Essa foi a única entidade estudantil participante da coordenação. A UMES também teve garantido espaço no Conselho Municipal de Usuários de Transporte, criado em 1989, fruto da sua presença nas questões relacionadas ao tema.

No dia 26 de agosto de 1992, mais de 10 mil pessoas saíram às ruas de Natal para denunciar a corrupção no governo federal. A UMES não somente foi uma das coordenadoras do movimento Fora Collor, como foi a principal entidade mobilizadora, organizando milhares de estudantes para as manifestações. Era o ápice do movimento que se tornou vitorioso, alcançando o impeachment de Fernando Collor.
Passeata Fora Collor, por trás da prefeitura
A partir de 1994, a retomada das políticas neoliberais com FHC afetou uma das principais áreas relacionadas ao desenvolvimento do país e do nosso povo, a educação. Com o baixo investimento, durante os 8 anos de governo FHC, a escola pública tornou-se paliativo para os que não podiam matricular seus filhos em boas escolas privadas, interrompendo a formação educacional de milhões de brasileiros e brasileiras. Dentre as medidas prejudiciais do período, está o veto ao Plano Nacional de Educação que, dentre outras coisas, previa o investimento de 7% do PIB em Educação.

Esse cenário somente aumentou a sede de transformações das gestões da UMES que, em conjunto com diversas entidades estaduais, construiu no RN um amplo movimento chamado “Fora FHC”, que tinha o objetivo de denunciar as medidas promovidas pelo governo federal cujo sentido era de perda da qualidade da educação, desemprego, baixo desenvolvimento, etc.

Uma das grandes conquistas recentes dos estudantes do Rio Grande do Norte ocorreu no ano de 2002. Embalada com a possibilidade de aprovar a meia passagem intermunicipal para os estudantes, a UMES realizou diversas manifestações, ocupando, no dia 16 de agosto, as galeras da Assembléia Legislativa para a aprovação do projeto. Pressionado por amplas manifestações populares, o governador Fernando Freire sancionou o projeto.

Em 2003, a UMES, através da frente “RN Contra a Guerra” realizou uma passeata com milhares de estudantes para denunciar a farsa que representava a Guerra no Iraque, cujo principal objetivo era saquear o petróleo do país árabe. Já em 2004, os estudantes, à frente APES, UMES, Grêmio do CEFET-RN e DCE da UFRN, derrotaram o projeto de lei do vereador Pio Marinheiro, conhecido como a “lei dos passes”, que visava restringir o passe a que os estudantes têm direito de 120 para 60 por mês. A última manifestação ocorreu no último dia do ano.
Ocupação da prefeitura de Natal pela UMES contra o aumento da passagem
Entre 2005 e 2006, diversas manifestações foram promovidas pela UMES, APES, UBES e UNE, com objetivo de barrar o aumento da passagem de ônibus. As maiores manifestações nesse período reuniram mais de 3 mil estudantes.