terça-feira, 1 de novembro de 2011

URNE faz coro com a Veja e é rechaçada no twitter

No último domingo, lideranças estudantis do Rio Grande do Norte rechaçaram a empresa de carteiras de estudante, URNE, após questionamento dessa entidade, em seu twitter, que repercutiu uma matéria da revista Veja contra a União Nacional dos Estudantes, cujo conteúdo é sabidamente mentiroso. Logo depois de publicar o endereço da matéria, a URNE postou que "é lamentável ver a UNE, entidade escolhida pela Prefeitura de Natal e SETURN, que recebe 'milhões' do governo, se comportar dessa forma".

As reações no twitter foram imediatas. Com a tag #aURNEnaoMeRepresenta, estudantes de diversas escolas e representantes dos grêmios estudantis reagiram instantaneamente. Tásia Monique, presidenta do Grêmio Estudantil Paulo Freire (Floriano Cavalcante) afirmou que "repudiamos a URNE por replicar uma matéria tão mentirosa e sem provas como essa, que sequer foi levada a sério por instituições que fiscalizam a aplicação dos recursos públicos".

Já Aísla, presidenta do Grêmio da Escola Estadual Ana Júlia, rechaçou a capacidade moral da URNE em questionar qualquer coisa referente ao movimento estudantil. "Vamos ver a história da URNE, uma entidade que sobrevive de venda de carteiras, que não possui um grêmio organizado, que não realiza congresso, que não promove nenhuma luta, que nunca mobilizou estudantes pra defesa dos nossos direitos. As pessoas sabem diferenciar o que é uma entidade, com base social, com estudantes em sua direção - e não empresários, e o que é uma empresa que sobrevive às custas dos nossos direitos".

Coordenadora Geral do DCE da UFRN, Marianna Ribeiro, saiu em defesa da UNE. "Nossa história, passado e presente, nos legitimam a enfrentar qualquer mentira, pois somos uma entidade sem dono, com pluralidade, com congressos democráticos, com discussões importantes na vida política nacional. A URNE repercute uma matéria que sabe ser mentirosa porque está perdendo espaço a partir do momento que o movimento estudantil legítimo ganha força".

O presidente da UMES Natal, Whanderley Costa, julgou que a atitude da URNE é desesperada. "O desespero deles é latente e será ainda mais. O movimento estudantil no RN só ganha força, e, portanto, aqueles que se aproveitam para lucrar em cima de direitos conquistados pelos estudantes tendem a perder espaço". Ele afirmou também que a campanha "Meia-Entrada é um Direito e não Negócio" será fortalecida.

Durante a noite de domingo, #aURNEnaoMeRepresenta já era o assunto mais comentado entre os tuiteiros de Natal.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Congresso da APES mobiliza 190 mil estudantes

A Etapa Estadual do Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, que será realizada em conjunto com o 14º Congresso da APES, na cidade de Montanhas, dias 5 e 6 de novembro, será a maior de todas na história do Rio Grande do Norte. Com 190 mil estudantes mobilizados na base durante os últimos 2 meses, o fórum máximo de deliberação dos secundaristas potiguares será o mais representativo.

"Ao longo dos últimos dois meses, 27 cidades elegeram representantes, mobilizando, ao todo, 190.306 estudantes, um número expressivo e que nos permite afirmar que estamos diante da maior etapa estadual da UBES já realizada no Rio Grande do Norte. Serão 359 escolas com representantes para o Congresso", afirmou o Diretor Regional da UBES, Pedro Henrique.

O presidente da UMES Natal, Whanderley Costa, comemorou os números. "Estamos muito animados porque teremos um Congresso com muitos estudantes, mas também porque teremos 5 organizações juvenis participando, debatendo e construindo opinião sobre os mais diversos temas. Será um Congresso grande e de muita qualidade política", disse ele.

Etapa Estadual marcará reorganização da APES

Durante a Etapa Estadual serão eleitos os delegados que representarão o Rio Grande do Norte na Etapa Nacional do Congresso da UBES, que ocorrerá em dezembro, na cidade de São Paulo. Além disso, será eleita a próxima diretoria da APES, entidade estudantil mais antiga do país e que teve à sua frente o primeiro presidente da história da UBES, Luís Oliveira Bezerra de Lima.

A abertura será às 9 horas do sábado, no Ginásio Municipal, com a participação da prefeita, Letinha; do subsecretário estadual de juventude, Rafael Motta; do secretário-adjunto da juventude de Natal, Bruno Anderson; Moacir Soares, presidente da CTB-RN; Ramon Alves, Diretor Regional da UNE, além das organizações de juventude do PT, PMDB, PSB, UJR e a UJS.

O encerramento será ao meio-dia, com a eleição dos delegados à Etapa Nacional e da nova diretoria da Associação Potiguar dos Estudantes Secundaristas. A cobertura será feita pelo fotógrafo Canindé Soares.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Saiba mais sobre a rede do movimento estudantil secundarista de Natal

Nos dias 5 e 6 de novembro, na cidade de Montanhas, os estudantes secundaristas do Rio Grande do Norte tomarão duas importantes decisões. A primeira serão as lutas e os desafios do próximo período para a organização das entidades municipais e o fortalecimento da luta educacional a partir da Associação Potiguar dos Estudantes Secundaristas (APES). A segunda é a eleição da nova diretoria da entidade, que estará à frente da executação das propostas discutidas e aprovadas no Congresso. Estará, a partir de então, reorganizada a rede do movimento estudantil natalense.

O que é a rede do movimento estudantil?

O movimento estudantil secundarista brasileiro é organizado através de uma rede de entidades, começando pelo grêmio estudantil até a entidade nacional dos estudantes secundaristas, a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), sediada em São Paulo. Fundada em 1948, a UBES representa os estudantes de níveis fundamental, médio, técnico, profissionalizante e pré-vestibular de todo o país. Seu primeiro presidente, Luís Oliveira de Bezerra Lima, era estudante do Atheneu Norte Rio-Grandense.

Logo após a UBES, que representa os secundaristas do Brasil, vem as entidades estaduais. Em Minas Gerais, por exemplo, a entidade estadual é a União Colegial de Minas Gerais, já em São Paulo chama-se União Paulista dos Estudantes Secundaristas. E assim vai. No RN, a APES (Associação Potiguar dos Estudantes Secundaristas), fundada em 1928, representa os estudantes de níveis fundamental, médio, técnico, profissionalizante e pré-vestibular de todo o Estado. É a mais antiga do Brasil. Por ela já passaram nomes significativos na vida política do RN e do Brasil, como o vereador autor da lei da meia-entrada e meia passagem em Natal, Érico Hackradt; Geraldo Melo, ex-governador; Moacyr de Góis, educador; dentre tantos outros.

Cada município tem sua entidade municipal. Em Natal, a União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES) foi fundada em 1982 e foi protagonista, junto com a APES, das principais lutas estudantis e sociais das últimas três décadas, como as Diretas Já, Fora Collor, a conquista da gestão democrática e da meia passagem intermunicipal, o fortalecimento da meia passagem em Natal, dentre tantas outras.

Para o presidente da UMES, Whanderley Costa, o movimento estudantil potiguar é um dos mais expressivos no Brasil. "A pauta educacional da UBES no RN é uma das mais exitosas no Brasil. Somos um Estado que pode se orgulhar de ter conquistado a gestão democrática na capital e no RN, com participação das entidades nos conselhos municipal e estadual, reserva de vagas no IFRN e na UERN nos moldes defendidos pelos estudantes, meia passagem intermunicipal, dentre outras. É por isso que é fundamental termos as entidades estudantis atuando, com amplitude e disposição para ir às ruas".

Grêmio Estudantil, a base do movimento estudantil secundarista

Em 4 de novembro de 1985, o projeto de lei do Deputado Federal Aldo Arantes, garantiu a reorganização dos Grêmios Estudantis, que haviam sido transformados em Centros Cívicos pela Ditadura Militar, como forma de evitar a participação dos jovens na política e manter as entidades escolares sob vigilância e controle das direções de escola.

Os grêmios são a base do movimento estudantil secundarista. É desses espaços que fecundam as lideranças que farão parte das entidades municipais, estaduais e até nacional! Desses espaços surgem as opiniões que serão aprovadas nos congressos das entidades, retornando em forma de mobilizações, seminários e demais atividades.

Segundo o Diretor Regional da UBES, Pedro Henrique, o grêmio estudantil é uma grande formadora de quadros políticos para o país. "É um espaço de convivência, interação e aprendizado. O representante do grêmio deve saber ouvir, entender as reivindicações e construí-las coletivamente, mas, sobretudo, ter capacidade de atrair novos jovens para essa vivência única que é o movimento estudantil".

E o que são essas "entidades" que emitem carteira e não atuam no movimento estudantil?

Em 2001, o então presidente Fernando Henrique Cardoso assinou, em conjunto com o Ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, a Medida Provisória 2.208/2001, que, em síntese, abriu a possibilidade de qualquer um que quisesse organizar uma entidade estudantil, mesmo que sem qualquer representatividade, pudesse fazê-lo. O objetivo era enfraquecer as entidades estudantis legítimas, que naquele período promoveram uma série de passeatas contra o sucateamento da educação, corte de verbas e o desemprego cada vez mais acentuado, resultando na falta de perspectivas para a juventude.

Em Natal, como em diversos outros Estados, surgiram inúmeras entidades apenas com a finalidade de emitir carteira de estudante e lucrar como se o direito conquistado com muito suor e mobilização da juventude pudesse se tornar um instrumento meramente comercial nas mãos de empresários.

Com isso, passaram a surgir inúmeras denúncias de falsificação de carteiras estudantis e, com o recurso da carteira revertido para o lucro de empresários e não do movimento estudantil, os grêmios estudantis que passavam de 100 em 2001, minguaram para menos de 20 em 2010.

Com a Identidade Estudantil Eletrônica, parceria entre as entidades estudantis, NatalCard e prefeitura de Natal, a tendência é a moralização do processo de carteiras estudantis a quem de fato possui o direito, retomada da organização de grêmios e das lutas que unificam os estudantes para conquista de novos direitos.

Agora que você sabe um pouco sobre a rede do movimento secundarista de Natal, que tal organizar o seu grêmio e participar dessa luta?

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Congresso de Reconstrução da APES/RN será em novembro

Nos dias 5 e 6 de novembro, a cidade de Montanhas receberá o 14º Congresso da Associação Potiguar dos Estudantes Secundaristas, que será promovido em conjunto com a etapa estadual do 39º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas.

Fundada em 1928, a APES já contou em sua diretoria com personagens importantes da política e do mundo jurídico. Érico Hackradt, que dá nome ao plenário da Câmara Municipal de Natal, foi o primeiro presidente da reconstrução, na década de 40, e o Vereador que apresentou os projetos de lei da meia-entrada e da meia-passagem. Moacyr de Góis, escritor, educador e professor, Secretário de Educação em Natal durante a realização do movimento de alfabetização popular "De Pé no Chão Também se Aprender a Ler", também fez parte da gestão da APES.

Para o Diretor Regional da UBES, Pedro Henrique, esse é um período muito especial para o movimento estudantil potiguar. "Após a realização de um grande e prestigiado Congresso da UMES, nos preparamos para reorganizar essa que é uma das principais entidades estaduais do país, que contribuiu para a fundação da UBES e legou à primeira gestão da entidade nacional dos estudantes secundaristas um presidente potiguar".

Congresso da APES será em Montanhas

O 14º Congresso da APES será realizado na cidade de Montanhas, localizada a 87 quilômetros da capital. Possui aproximadamente 12 mil habitantes, fazendo parte da Região Comercial de Santa Cruz. A entidade estudantil municipal será a anfitriã do Congresso.

Para o presidente da UMES, Whanderley Costa, esse será um espaço importante para discussão das pautas que podem unificar os estudantes potiguares. "Nossa expectativa é que o Congresso aponte para uma agenda capaz de unificar os estudantes do Rio Grande do Norte, como ocorreu em outros períodos, como na luta pela gestão democrática e pela meia passagem intermunicipal".

Eleição de delegados, participe!

Os delegados ao Congresso da APES serão eleitos para o Congresso da APES e para a Etapa Estadual da UBES, através da eleição do delegado por voto em urna. Escolas com até 1000 estudantes matriculados elegem um representante; de 1001 a 1500, 2 delegados; 1501 a 2000, 3 delegados e assim sucessivamente.

As eleições são cadastradas através do sistema eleitoral nacional do Congresso da UBES e pode ser acessado através do endereço http://www.ubes.org.br/congresso.

Cadastre sua escola e venha fortalecer a luta dos estudantes secundaristas brasileiros!

sábado, 24 de setembro de 2011

UMES Natal de volta para casa!

A Casa do Poder Secundarista está de volta. Depois de um período ocupada durante o processo de construção do Congresso, a sede da UMES foi retomada por sua diretoria e pelas lideranças recém-eleitas para os grêmios estudaantis. O retornou à sede ocorreu na última sexta-feira, 23, quando uma comissão de estudantes foi reocupar o espaço e o encontrou trancado, abandonado e com mais depreciação.

Presidente da UMES e estudante do IFRN, Whanderley Costa, comemorou o resgate da sede. "Acabamos de sair de dois vigorosos processos eleitorais de grêmios estudantis, sendo em um deles com a maior participação de estudantes da história, reorganização de mais outro que está em processo eleitoral e agora retomamos a sede. Isso no primeiro mês de gestão. Queremos deixar um legado ainda maior de reconhecimento, importância, capacidade de luta e organização que são marcas dessa entidade".

Pedro Henrique, Diretor Regional da UBES e estudante do Cursinho Hipócrates, destacou a importância dos estudantes secundaristas terem um espaço. "Poucas entidades municipais têm sede própria e a UMES a conquistou com muito suor e disposição de gerações que ousaram construí-la. É um espaço que precisa ser valorizado por sua função pública, daqui saem debates e temas relevantes para Natal e para o RN, que provocam repercussão nas escolas e nas ruas. A UMES é uma entidade que tem conseguido casar sua agenda organizativa com uma participação muito destacada para o Congresso da UBES, essa geração tem tudo para deixar sua marca".

Neste final de semana a diretoria iniciou um mutirão de limpeza do espaço físico e pintura. A previsão é retomar a energia elétrica nesta semana e inaugurar uma agenda de debates e de ações artísticas e culturais. Quem quiser conhecer a sede da UMES, o endereço é rua Voluntário da Pátria, 802, Cidade Alta, Natal/RN.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Grêmio Paulo Freire elege nova diretoria

Nesta quarta, 22, os estudantes da Escola Estadual Floriano Cavalcante (FLOCA) elegeram a nova diretoria do Grêmio Estudantil. Desativado desde 2009, o Grêmio Estudantil Paulo Freire é um dos mais importantes do Rio Grande do Norte, pois é o segundo mais representativo do Estado. A nova diretoria da UMES|Natal conduziu o processo eleitoral.

Secretária-Geral da UMES, Tásia Monique representará os estudantes da instituição escolar no próximo período 2011/2012. Ela, que recentemente participou da Marcha dos Estudantes em Brasília, presidirá o Grêmio Estudantil. Monique foi eleita com a maior votação de toda a história do Grêmio, 1374 votos contra 62 da chapa adversária e 53 em branco. Sua chapa, Transformar o Sonho em Realidade, apresentou um diagnóstico sobre os problemas da escola e reforçou a possibilidade de organização dos estudantes para defender melhorias.

Tásia Monique afirmou que "os estudantes foram capazes de entender quem está disposto a defender na escola e fora dela um projeto ousado em defesa da nossa instituição, mobilizando os estudantes e sendo capaz de atender às expectativas em todos os aspectos - cultural, artístico, dentre outros". Para ela, a UMES Natal tem valorizado o protagonismo feminino. "Foram duas mulheres eleitas apenas nesta semana, o que mostra a qualidade característica das mulheres quando elas participam da política", finalizou.

Diretor Regional da UBES, Pedro Henrique acompanhou o processo eleitoral e destacou a importância do Grêmio Paulo Freire. "Nos principais momentos da história do movimento estudantil secundarista, os estudantes do FLOCA tiveram papel destacado. Essa turma que acabou de ser eleita começa com grande responsabilidade pela votação expressiva que receberam nesse processo eleitoral, estou convicto que a maior votação da história resultará também na maior gestão já realizada".

Whanderley Costa, presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES), comemorou o resultado do processo eleitoral. "Foram quase 1500 votos, poucos grêmios no Brasil conseguem tamanha participação. Estivemos ao longo dos últimos dias passando em sala, estimulando a participação dos estudantes e o debate democrático para fortalecimento do processo eleitoral. Foi uma tripla vitória: a reorganização do Grêmio Estudantil, a qualidade na participação e a expressiva participação estudantil. Agora é honrar os votos e fazer uma gestão à altura do apoio depositado nas urnas".

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

CARTA AOS ESTUDANTES BRASILEIROS

Brasil, 7 de setembro de 2011

Neste dia de simbolismo inegável e de valor histórico ainda em construção, ecoando com os brados daqueles que, durante os últimos 189 anos, continuam a gritar pela independência de todas e todos brasileiros, deixam-se aqui as seguintes palavras, idéias e sonhos para a classe estudantil da nossa nação.

O Brasil dos jovens de 2011 é um país em movimento, cada vez menos dependente de seus grilhões, mas ainda profundamente distante de ser livre. A independência, relembrada neste 7 de setembro, é um processo de caminhar, é o desejo de atravessar a ponte histórica que levará o país ao futuro. É a perspectiva de deixar, na outra margem, a desigualdade social, a opressão e exclusão da juventude, a miséria, a injustiça, os preconceitos de todos os tipos contra as mulheres, negros, idosos, gays, lésbicas, pobres, nordestinos, analfabetos e tantos outros representantes do povo não favorecido deste país.

O Brasil dos estudantes desta década –a década de 10– será um país de mudanças sem precedentes. Será o início de nossa primavera, tal como essa que se apresenta em setembro de 2011, após uma incessante demonstração de vigor e mobilização dos jovens no último mês de agosto. O “Agosto Verde e Amarelo” do movimento estudantil levou milhares às ruas de todo o país, culminando com a grande “Marcha dos Estudantes” sobre Brasília, no dia 31, fazendo reverberar o grito de exigência dos 10% do PIB e dos 50% do fundo social do Pré-sal investidos exclusivamente na educação brasileira.

A grande transformação na educação é um imperativo, com a superação do analfabetismo, das brutais desigualdades regionais, do desequilíbrio na qualidade de ensino acessível para ricos e pobres, da má remuneração dos professores e das ainda injustas políticas de acesso à universidade. A essa bandeira, juntam-se outras indispensáveis, erguidas pelo movimento social brasileiro neste 7 de setembro: a redução imediata das taxas de juros do país e a mudança da política econômica, por mais desenvolvimento social e humano; a aprovação de uma reforma política ampla, que fortaleça a democracia e a participação popular e combata a corrupção e os privilégios de poucos; a redução da jornada de trabalho e o aumento nos ganhos reais dos trabalhadores; a reforma agrária, com o fim da violência no campo; a democratização da comunicação e do conhecimento, incluindo a aprovação de um plano ostensivo e acessível de internet em banda larga; a priorização da cultura, do esporte e de todas as políticas públicas para a juventude brasileira, como catalisadoras de um futuro de paz e igualdade social.

A União Nacional dos Estudantes – UNE , a União Brasileira de Estudantes Secundaristas – UBES e a Associação Nacional de Pós Graduandos – ANPG entendem que a última gestão do governo federal e esta que chega ao seu primeiro 7 de setembro demonstraram sensibilidade frente a essas necessidades. No entanto, acreditam que ainda é preciso muito mais para alcançar, de fato, a independência. Desta forma, chamamos a juventude brasileira a ocupar cada vez mais espaços, físicos e virtuais, nas ruas, nas escolas, nas universidades, na internet e nas redes sociais, sensibilizando a sociedade brasileira e pressionando todos os governos para aprofundar e ampliar as mudanças necessárias ao país.

Para amplificar esse grito, anunciamos aqui o início de uma grande mobilização popular para a realização do abaixo-assinado que recolherá milhões de assinaturas pelos 10% do PIB e 50% do Pré-sal pra educação.

Esta carta é, portanto, um documento para a reflexão e um convite, aberto e irrestrito, a todas e todos os jovens estudantes do Brasil que, generosos e corajosos, mobilizados hoje e sempre, construirão o Brasil mais justo, honesto e desenvolvido com o qual sonhamos e para o qual estudamos e trabalhamos.

Viva a independência construída todos os dias pelo estudo e trabalho de milhões da brava gente brasileira!
Viva os sonhos e as lutas de gerações por um país soberano, democrático, justo e feliz!
Viva a voz da juventude que em setembro grita por liberdade e amor pelo Brasil!

Daniel Iliescu – presidente da UNE
Yann Evanovick – presidente da UBES
Elisangela Lizardo – presidente da ANPG

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Dilma recebe documento com 43 pautas dos representantes da #marchadosestudantes

Após a #marchadosestudantes em Brasília que aconteceu ontem, (31), a presidenta Dilma Rousseff recebeu no Palácio do Planalto os representantes da manifestação, entre eles estava a UBES, com o presidente Yann Evanovick, União Nacional dos Estudantes (UNE) com Daniel Iliescu e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG). A comissão foi composta por 17 estudantes que entregaram à presidenta 43 itens que dão destaque aos investimentos na educação.

“Nós temos compromisso com a educação pública no Brasil, e vamos aprofundar esse compromisso”, afirmou. A presidenta elogiou também a disposição de luta política dos estudantes, diferentemente de alguns jovens que se vêem sem perspectivas. “Graças a Deus, vocês têm muito pelo que lutar”, comentou.

Evanovick afirma que diante de todo o esforço dos estudantes, nas mobilizações a esperança é muito grande. Segundo ele, a importância desse protagonismo dos jovens estudantes representa mudanças na política econômica do país, como por exemplo, a lavagem da calçada do Banco Central em manifestação feita contra o aumento do juros. O resultado foi rápido, a manifestação que aconteceu pela manhã dessa quinta-feira também contribuiu para a queda da taxa em 0,5% logo mais a noite.

Entre as pautas que compõem o documento está o investimento de 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para Educação. A presidenta encaminhará o documento aos ministros Fernando Haddad (Educação) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), além da secretária nacional da Juventude, Severine Macedo, para que analisem as solicitações feitas no documento, sob coordenação do MEC.

domingo, 28 de agosto de 2011

Vale a pena estudar de madrugada?

Semana passada, o Vestibular.com.br perguntou ao vestibulando se ele estuda de madrugada. Na enquete, um terço respondeu que abre as apostilas noite adentro. Embora a maioria (45%) tenha dito que não estuda nesse horário, o número dos que preferem a noite é expressivo - e tem uma razão. É que a madrugada guarda um tesouro para os estudiosos: o silêncio. Enquanto boa parte das pessoas dorme, a falta de ruído está garantida. O telefone não toca para interferir, a televisão sempre está desligada e os corredores estão vazios.

O silêncio é o principal aliado do estudante para manter a concentração em alta. Quem experimentou, sabe as vantagens. Como estamos no começo do ano letivo, época em que os alunos estão cheios de gás para dar conta do conteúdo – e muitos se comprometem a estudar até tarde -, preparamos umas dicas para quem resolver trocar a noite pelo dia.

1) É preciso garantir o sono
Estudar à noite não significa esquecer-se de dormir. É preciso definir as oito horas de sono diárias. Isso quer dizer: se você resolver estudar até as 2h da manhã, acorde só às 10h. Ou se você tem aulas pela manhã, durma no começo da noite – perto das 20h, por exemplo - para acordar na madrugada – perto das 4h. Especialistas em medicina do sono, no entanto, alertam que é preciso tomar bastante cuidado na hora de trocar a noite pelo dia. Para o médico Lucas Lemes, o sono à noite é o de melhor qualidade, porque tem menos interferência de barulho.

2) Mantenha a rotina
Algumas pessoas responderam na nossa enquete que só estudam de madrugada quando têm prova no dia seguinte. Isso é um perigo. Estudar por 10 horas seguidas, à base de guaraná em pó e café, não funciona. Você vai se esforçar muito, ficar bem cansado e os resultados serão mínimos. Para aprender, nosso cérebro precisa estar descansado. Esta regra é básica.

3) Evite estimulantes
A opção pelo sono em um horário diferenciado deve ser natural. Se você não conseguir ficar acordado estudando até a meia-noite, durma. Vá tentando estender o sono aos poucos, até que seu corpo esteja acostumado com o novo horário de sono. E, lembrando: evite estimulantes. A cafeína, por exemplo, faz o corpo liberar substâncias que inibem o sono natural, o que pode acarretar em mais cansaço no dia seguinte.

Fonte: http://www.vestibular.com.br

domingo, 21 de agosto de 2011

Whanderley Costa é eleito presidente da UMES Natal

O estudante do Instituto Federal de Educação Tecnológica do RN, Whanderley Costa, foi eleito neste sábado, 20, presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Natal. A eleição foi realizada no IFRN da Cidade Alta e 85 delegados escolheram a nova diretoria da entidade. Whan, como é mais conhecido, foi eleito com 91% dos votos e assume a presidência da entidade.

A abertura de inscrição de chapas ocorreu às 16h. Foram inscritas duas chapas, Primavera Livre e Arrastando Toda Massa.

Whanderley, eleito com 78 votos dos estudantes presentes, afirmou que esse é um momento muito especial para a União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas. "Ao longo dos últimos três meses suamos a camisa e organizamos os estudantes em suas escolas para tornar o Congresso da UMES uma festa da democracia e da força do movimento estudantil secundarista. Esse 16º Congresso é a prova da vitalidade e da grandeza da UMES. Agora vamos recuperar a sede física da entidade, organizar muita mobilização por 10% do PIB pra educação e organizar os grêmios estudantis que estão desativados", afirmou.

O novo presidente da UMES disse que a entidade em setembro vai promover, em conjunto com as demais organizações dos estudantes, o Setembro Verde-Amarelo pelos recursos do pré-sal investidos na educação. Segundo ele, "queremos que, assim como em março, nossa Jornada possa repercutir amplamente e ser a maior e mais representativa de todo o Nordeste".

Confira abaixo o resultado da eleição:
Primavera Livre: 7 votos (3 diretores)
Arrastando Toda Massa: 78 votos (6 diretores)
Total: 85 votos


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

16º Congresso da UMES espera receber 300 estudantes

O principal encontro municipal de estudantes secundaristas do Rio Grande do Norte será realizado no IFRN, neste sábado, e deverá reunir 300 estudantes secundaristas da Região Metropolitana de Natal.

Prestes a completar 30 anos de vida, a União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas se prepara para realizar um grande e representativo Congresso para discutir os rumos do movimento estudantil nas escolas de ensino fundamental e médio da Região Metropolitana de Natal pelos próximos dois anos.

O processo eleitoral começou em junho com a votação de delegados e suplentes, que são os estudantes escolhidos em cada escola para representar sua instituição escolar no Congresso. Nas escolas com mais de 1500 estudantes, a eleição dos delegados e suplentes ocorreu por votação em urna. No restante das instituições, por Assembléia Geral.

O Congresso da UMES é o maior encontro da juventude da Região Metropolitana de Natal. Durante todo o sábado, os estudantes secundaristas terão a oportunidade de debater os problemas da educação pública e privada, avaliar as políticas públicas e discutir questões importantes como meio ambiente, esporte, direitos humanos e outros temas que são importantes para o movimento estudantil.

As atividades do Congresso ocorrerão no Auditório do Instituto Federal de Educação Tecnológica do RN, Unidade Cidade Alta. O presidente da UBES, Yann Evanovick, estará presente ao 16º Congresso da UMES.

O Vice-Presidente da UMES, Pedro Henrique, ressalta a realização do Congresso da UMES como um espaço que repercute diretamente no Rio Grande do Norte. "Foi de momentos como esses que os estudantes aprovaram que iriam às ruas conquistar o meio passe estudantil, a meia-entrada, a gestão democrática e meia passagem intermunicipal".

Como funciona o Congresso da UMES

Durante o Congresso da UMES, será eleita a nova diretoria da entidade, que terá a responsabilidade de conduzir uma gestão pelo período de dois anos defendendo as bandeiras e resoluções aprovadas no Congresso.

A eleição da UMES é congressual, semelhante ao que ocorre em outras entidades como a CTB, CUT, OAB e CNBB. As chapas se organizam em teses que são apresentadas, discutidas e eleitas na Plenária Final. São votadas as propostas consensuais, divergentes e, por fim, os estudantes elegem a nova direção e o presidente da UMES para os próximos dois anos.

A direção da UMES é composta proporcionalmente na medida exata dos votos que cada chapa obteve na votação. Além dos delegados (eleitos nas escolas), podem participar observadores credenciados.

domingo, 7 de agosto de 2011

Repressão violenta a estudantes chilenos e mais de 800 presos

Carabineiros de Piñera usam força indiscriminada para proibir novas manifestações pela Educação.

Os conflitos entre manifestantes e policiais nesta quinta-feira (04/08) no Chile levaram à prisão de pelo menos 874 pessoas em várias cidades do país, segundo o jornal local La Tercera. Desobedecendo à proibição de protestos do governo chileno, estudantes lideraram as manifestações e ocuparam várias ruas de Santiago e do interior.

A repressão à manifestação de ontem pode ter sido a mais violenta dos últimos três meses, desde o início do movimento estudantil, em maio. Os universitários e secundaristas reivindicam a ampliação da educação pública e gratuita e a ampliação de investimentos no setor. Mais de cinco mil pessoas foram às ruas do Chile.

O vice-ministro do Interior, Rodrigo Ubilla, negou que civis foram feridos, mas confirmou que 29 policiais se machucaram. Das 552 pessoas detidas, 284 protestavam na capital. Em comunicado, o serviço de segurança informou que as detenções ocorreram motivadas pela “desordem, por porte de armas ou explosivos”.

Os policiais usaram gás lacrimogêneo e jatos de água na tentativa de dispersar os manifestantes. O clima de tensão tomou conta de várias avenidas no país. As manifestações duraram, em média, cinco horas. Na última quarta-feira (03), o governo do Chile anunciou de forma "categórica e definitiva" que não autorizaria novas passeatas estudantis pela principal rua de Santiago, La Alameda. O anúncio ocorreu em momento de tensão, após os movimentos estudantis não aprovarem 21 medidas para a reforma da Educação.

Por Opera Mundi.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

"Agosto verde e amarelo" será lançado na posse da nova gestão da UNE

Prestes a completar 74 anos de vida, a União Nacional dos Estudantes (UNE) se prepara para dar início a mais um ciclo de mobilização, que teve seu ponto de partida no Congresso da entidade, mês passado em Goiânia, ao final de um processo que envolveu mais de 1,5 milhão de estudantes. Na próxima quarta-feira (10), às 10h, em Brasília, o Auditório Freitas Nobre da Câmara dos Deputados será palco da posse oficial da nova diretoria da UNE, que estará à frente da entidade pelos próximos dois anos.

O objetivo também é ocupar o espaço do Congresso para encaminhar as principais pautas de reinvindicações da UNE, como as 59 emendas do Plano Nacional de Educação (PNE), e lançar oficialmente a participação da entidade na Jornada Nacional de Lutas, que este ano engendra o tema “Agosto Verde e Amarelo”. Será um mês de muita mobilização, com diversas marchas e passeatas em todos os cantos do Brasil.

O estandarte da UNE é a defesa incondicional dos 10% do PIB e 50% do fundo social do Pré-sal para a educação. Mas, em cada lugar haverá a incorporação de bandeiras locais aos protestos, como a luta pela melhoria do transporte público e mais investimentos na educação municipal e estadual.

A principal marcha do mês, a passeata nacional dos estudantes da UNE, UBES e ANPG, , acontecerá no dia 31, em Brasília. O conjunto de manifestações unitárias conta também com a presença de movimentos sociais e sindicais. Para o novo presidente da UNE, Daniel Iliescu, o Brasil vive momento único de oportunidades em diversas áreas e precisa se convencer de que é “necessário e urgente priorizar a educação em todas as suas etapas”.

Por isso, a nova diretoria da UNE convoca todos os estudantes a participarem desta grande mobilização: “Vamos às ruas nessa jornada para tornar público o debate deste Plano Nacional de Educação que é tão decisivo. Precisamos envolver a sociedade para discutir a educação que queremos para os próximos dez anos”.

Para ler as 59 emendas do Plano Nacional da Educação (PNE) propostas pela UNE e pela UBES, acesse: http://www2.camara.gov.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cec/plano-nacional-de-educacao/PNEemendasUNEeUBES.pdf

Da Redação

domingo, 31 de julho de 2011

Jornada Nacional de Lutas dos movimentos sociais começa quarta-feira

O movimento estudantil e social e as forças sindicais se organizam para mais um mês de lutas por um país melhor
Para lutar por melhorias na sociedade brasileira a tradicional jornada de lutas dos movimentos sociais e sindicais unificados começa na próxima quarta-feira, dia 3 de agosto. No decorrer do mês diversas marchas e passeatas acontecem em centenas de cidades do país. A União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) participam com o tema “Agosto Verde e Amarelo”, mês de mobilização em defesa da educação do Brasil, e tem como pauta principal 10% do PIB para a Educação e 50% do Fundo Social do Pré- Sal para a Educação.

Com data marcada, a passeata nacional dos estudantes da UNE, UBES e ANPG, principal marcha do mês, acontece no dia 31, em Brasília. O conjunto de manifestações unitárias conta com a presença do movimento estudantil, movimentos sociais e sindicais com diversas atividades, dentre as principais esta a Marcha das Margaridas no dia 16 e a atividade do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) com a Via Campesina no dia 24.

Além da pauta central da educação vão ocorrer manifestações unitárias pela sociedade brasileira, como o fim do analfabetismo, redução das jornadas de trabalho, reforma agrária e urbana, uma melhor política econômica com menos juros e mais investimentos. “A UNE luta por um projeto de desenvolvimento democrático e soberano, ambientalmente sustentável, socialmente includente, para melhorar o Brasil e ter um país mais justo e desenvolvido”, diz o presidente da UNE, Daniel Iliescu.

Para envolver setores mais amplos da sociedade, a UNE pretende dialogar com as diversas entidades do país, como as centrais sindicais, o MST, a União Brasileira de Mulheres (UBM), a União de Negros pela Igualdade (Unegro), a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), entre outras entidades.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Professores e alunos protestam contra lixo acumulado em frente a escola

Revoltados com a montanha de lixo que se acumula em frente à Escola Municipal Santos Reis, no bairro das Rocas, professores e estudante da unidade decidiram protestar na manhã desta quinta-feira (28), na tentativa de chamar a atenção do poder público para o problema. Durante toda a manhã, educadores e alunos participaram de uma aula de campo cujo objetivo é alertar sobre o impacto negativo do despejo irregular de dejetos.
Lixo acumulado em frente à Escola Municipal Santos ReisDe acordo com a coordenadora Giuliana Pinheiro, o problema do acúmulo de lixo em frente ao colégio já ocorre há cerca de dois anos, causando inúmeros transtornos às crianças que ali estudam. "O lixão fica praticamente ao lado do nosso refeitório e incomoda muito os alunos por causa do mau cheiro e dos insetos", informa.

Segundo ela, os resíduos são despejados no local pelos moradores da comunidade, além dos próprios garis da Urbana. "Esse deve ser um trabalho de conscientização da população e sensibilização das autoridades, já que existe esse mau hábito entre as pessoas e até mesmo entre os trabalhadores da Prefeitura".

Para o aluno do sexto ano Daniel da Silva, o problema visto na área é reflexo do desrespeito da população ao meio ambiente. Apesar disso, ele afirma que ações de conscientização como a desenvolvida pela escola podem contribuir para resolver a situação. "As pessoas podem ser orientadas e aprender a não colocar mais lixo na rua, mas para isso ela saiba os danos que isso provoca", disse.

A aposentada Enerstina Rodrigues da Silva, que confessou ter o hábito de despejar seu lixo no terreno em frente à escola justificou a atitude com o argumento de que este é o único jeito que encontra para ter seus resíduos recolhidos. "Se a gente deixar na rua da nossa casa o carro não passa nunca para pegar", disse ela.

De acordo com informações da professora Maria Cleofas, o protesto de cunho educativo serve para que as crianças aprendam desde cedo o que não deve ser feito. "Aqui elas já têm o exemplo dos danos que isso pode trazer não só para escola, mas para todos os moradores que convivem diretamente com a presença do lixo".

Na opinião da educadora, além da conscientização da população, o problema poderia ser resolvido se a Urbana intensificasse a coleta de lixo no local, que atualmente ocorre três vezes na semana (terça, quinta e sábado).

Com informações da Tribuna do Norte

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Nota de pesar pela morte de Bira Holanda

A União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas vem expressar seu pesar pela morte prematura de Ubirajara de Holanda, o Bira, em acidente automobilístico na manhã desta quarta-feira (27). Ser humano portador de grande generosidade, senso coletivo e fraternidade, Bira foi militante do movimento estudantil no CEFET-RN e, mais recentemente, na UFRN, como coordenador do Centro Acadêmico Amaro Cavalcanti (CAAC).

Ubirajara se vai, mas seu desejo pelas causas justas e mais humanas continuará a se perpetuar. Vá em paz, Natal sentirá falta da sua alegria.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Congresso da UMES Natal será no dia 20 de agosto

Fundada em 14 de maio de 1982, a União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Natal realizará seu 16o Congresso no próximo dia 20 de agosto. A expectativa é de que 200 jovens participem do principal fórum de organização dos estudantes de níveis fundamental e médio da Região Metropolitana.
A programação envolve desde a um espaço de debate sobre os rumos da educação até a grupos de mulheres, diversidade sexual, dentre outros. Para Pedro Henrique, Vice-Presidente da UMES, o Congresso deverá sinalizar importantes discussões para todo o movimento estudantil. "A UMES na década de 90 foi, em alguns momentos, a entidade mais importante de todo o movimento social potiguar. Queremos resgatar o papel da entidade, contribuindo com discussões que possam irradiar não apenas para o movimento estudantil secundarista, como para a própria sociedade", afirmou.

Dentre os debates programados, está a opinião dos estudantes sobre o Plano Nacional de Educação, a construção da Jornada Nacional de Lutas da UNE e da UBES, a participação da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas no CONEG da UBES (Conselho Nacional de Entidades Gerais) e a reorganização dos Grêmios Estudantis.

O Congresso da UMES será realizado no IFRN da Rio Branco a partir das 9 horas. Às 16h ocorrerá a Plenária Final que elegerá as pautas da próxima gestão da UMES e a nova diretoria.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

UNE promete pressão para garantir meia entrada na Copa

Em entrevista ao Terra Magazine, o presidente da entidade Daniel Iliescu afirma que a Fifa não pode se sobrepor à lei.

Pressão. Esta é a arma a que a União Nacional dos Estudantes (UNE) pretende recorrer para assegurar que o direito à meia entrada não seja violado no Mundial de 2014. A minuta da Lei Geral da Copa, elaborada pelo Ministério do Esporte em acordo com a Federação Internacional de Futebol (Fifa), estabelece que é desta entidade a responsabilidade de estipular o valor dos ingressos para as partidas do evento, o que colocaria em risco o benefício conquistado por estudantes e por pessoas com 60 anos ou mais.

A minuta da Lei Geral da Copa, em análise na Casa Civil, apresenta regras para a organização do campeonato no Brasil em 2014, como distribuição de imagens para emissoras de televisão e proteção de produtos e marcas licenciados para o Mundial. "Vamos nos preparar para nos mobilizar e defender nosso direito, se a gente enxergar que ele está ameaçado", afirmou o recém empossado presidente da UNE, Daniel Iliescu.

Iliescu afirmou que, se for necessário, a entidade organizará manifestações. "Lembramos que a lei está em vigor e o evento da Fifa não pode ferir uma lei conquistada e aprovada nos municípios e estados brasileiros. Vamos nos relacionar ao poder público, com a pressão dos estudantes, de modo a exigir que nosso direito seja garantido".

Confira a entrevista.

Terra Magazine - Como a UNE pretende se posicionar em relação à questão?
Daniel Iliescu - A meia entrada é uma conquista histórica do País, da juventude e da UNE. Entendemos que é uma lei, que está em vigor em estados e municípios. Inclusive, desde a década de 90 pra cá, foi um novo ciclo destas leis de meia entrada no País inteiro. Entendemos que todo e qualquer evento, internacional ou nacional, que seja em território brasileiro, tem que respeitar essa conquista. É um direito conquistado para que o estudante tenha acesso à cultura, ao esporte, ao lazer, contribuindo para a educação do País. Nossa interpretação é que a lei está em vigor e a Copa é um assunto muito importante para o País, não só do ponto de vista do esporte, mas por todo impacto social e econômico que gera. Então, é um assunto de interesse nacional e a UNE também vai acompanhar. Nessa calourada, vamos promover debates nas universidade. É um assunto que tem grande apelo entre os estudantes, e vamos nos preparar para nos mobilizar e defender nossos direitos, se a gente enxergar que ele está ameaçado.

Você falou em assegurar esse direito. O que a UNE pretende fazer?
O congresso da UNE terminou com uma resolução com muita força de que, no final de agosto, a gente convocará uma grande jornada de lutas. Essa jornada tem como centro a bandeira dos 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para educação. A UNE acabou de fazer um congresso que debateu uma série de temas para o País, desde educação a direitos humanos, economia, meio ambiente, saúde, cultura, esporte, sexualidade. A conferência nacional vai abarcar um conjunto de discussões importantes. É uma plataforma da UNE. Vamos apresentar essa plataforma aos estudantes para discussão nas calouradas, para a sociedade e para o governo, para os órgãos do poder público. Dentre isso, a gente vai estar discutindo a MP (Medida Provisória) da Copa. O esporte começa a ganhar cada vez mais centralidade na vida do País, na agenda da sociedade, na agenda do Estado pela Copa e pelas Olimpíadas. Achamos importante que toda sociedade civil organizada, de acordo com sua perspectiva, contribua para que o Brasil tire o maior saldo disso. Entendemos que o Brasil deve ser beneficiado. A sociedade deve discutir sobre o legado da Copa e das Olimpíadas para que não sejam meros eventos comerciais, mas que consigam contribuir para um projeto de desenvolvimento do País, de inclusão da população e de geração de empregos.

Mas em relação à meia entrada especificamente. Se realmente estiver ameaçada para a Copa de 2014, a UNE pretente tomar qual providência?
Se amanhã a meia entrada estiver ameaçada, os estudantes vão se mobilizar e a UNE vai organizar manifestações em torno dessa bandeira, dentro também dessa reivindicação de mudanças na educação. Agora, lembramos que a lei está em vigor e o evento da Fifa não pode ferir uma lei conquistada e aprovada nos municípios e estados brasileiros. Vamos nos relacionar ao poder público, com a pressão dos estudantes, de modo a exigir que nosso direito seja garantido.

O ministro do Esporte, Orlando Silva, teve uma trajetória no movimento estudantil, foi presidente da UNE. Como você vê o posicionamento dele nesse caso?
A nota que eu vi do Ministério do Esporte fala dessa responsabilidade de estados e municípios de legislação. E, de fato, isso confere. Mas vamos pressionar todos os agentes do poder público envolvidos, tanto dos estados e municípios quanto do próprio ministério, de que esse seja um direito garantido (meia entrada). E também o Congresso Nacional, a quem cabe a aprovação da legislação sobre a Copa. Vamos pressionar todos os atores públicos, desde o Ministério dos Esportes até os municípios das cidades-sede da Copa do Mundo.

Mas provoca em vocês algum tipo de desapontamento?
A UNE tem que ir a audiências públicas com todos os atores envolvidos, inclusive, com o Ministério do Esporte, para que a gente tenha condições de dialogar, ouvir e entender qual é de fato a opinião. A gente acabou de discutir sobre isso no congresso da UNE. Essa é a opinião da UNE até aqui: a de pressionar e dialogar com todos os atores. Por enquanto, não há desapontamento. Pelo contrário. A gente fica, de certa forma, até orgulhoso mantendo essa relação de independência e distanciamento necessário entre a UNE e o ministério. Antes de eu assumir a presidência da UNE, eu me lembro de companheiros orgulhosos com a conquista das Olimpíadas no Brasil porque isso é o resultado da ação e do trabalho coordenado de muitas figuras, entre elas, o ex-presidente Lula e o ministro Orlando.

Não existe um desapontamento. Existe uma expectativa de que o trabalho seja muito bem feito, de que todos os atores do País somem esforços para que a gente faça uma Copa inesquecível, que o Brasil conquiste o título e que o País consiga ter legado disso, que consiga ter efeitos na economia e na condição social de sua população. Investimentos em educação, em aparelhos culturais, democratizar o acesso ao esporte no País. Desapontamento, felicitações só haverá ao final desse processo. Só em 2014, quando a Copa estiver concluída e esse caminho para que o Brasil se desenvolva também a partir do esporte estiver montado. Aí, caberá um balanço sobre desapontamento, alegria por parte dos atores envolvidos. Nossa expectativa é que o trabalho seja bem feito.

Por Terra Magazine.

sábado, 23 de julho de 2011

Professores e estudantes protestam em Honduras

Manifestações contra a privatização da Educação levam milhares às ruas.
Milhares de professores e estudantes de segundo ensino protestaram nesta sexta-feira nas ruas de Tegucigalpa, em Honduras, contra os planos do governo de privatizar a educação pública. A manifestação começou em frente à Universidade Pedagógica Francisco Morazán e culminou cerca da Casa Presidencial, onde policiais e militares despregaram uma barreira de segurança. Trata-se do primeira greve em várias instituições educacionais e foi convocado pelo Colégio de Professores de Educação Média de Honduras (Copemh).

Um dos líderes do Copemh, Oscar Recarte, disse que não permitirão a privatização da educação pública e manterão os protestos. O presidente do Copemh, Jaime Rodríguez, sustentou que a organização não se opõe a reformas educativas, mas devem ter o consenso de diretores, professores e estudantes. O secretário-geral do Primeiro Colégio Profissional Hondurenho de Professores (Pricphma), Orlando Mejía, assegurou que assembleias informativas estão sendo articuladas para consultar com as bases.

A Federação de Organizações Magisteriais de Honduras (FOMH) assegurou que na segunda-feira adotará uma posição oficial ante um aumento salarial proposto pelo governo. O ministro de Educação, Alejandro Ventura, disse que o desemprego não é acatado a nível nacional, mas reconheceu que vários colégios permanecem fechados desde a quarta-feira.

A manifestação decorreu enquanto o presidente Porfírio Lobo celebrava a terceira rodada do diálogo político com diversos setores, desta vez vinculados ao tema da educação. No encontro, foram convocados dirigentes dos seis colégios magisteriais, organizações e sociedades de pais de família e organismos não governamentais vinculados ao ensino. Na primeira rodada, Lobo escutou os líderes dos partidos políticos e movimentos emergentes, enquanto na segunda participaram camponeses e operários de todo o país.

As propostas que surgirem desses diálogos serão enviadas ao Congresso Nacional para sua discussão e aprovação para impulsionar as mudanças que o país precisa, explicou Lobo.

Por Prensa Latina.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Identidade Estudantil Eletrônica será válida para passagem intermunicipal

A carteira de estudante gratuita distribuída pela Prefeitura do Natal, que beneficia mais de 90 mil estudantes secundaristas e universitários da rede pública e privada, também terá validade para meia passagem intermunicipal no Estado.
A decisão foi proferida, na última segunda-feira (18), pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), por meio do desembargador Aderson Silvino, e garantiu à Unidade Nacional dos Estudantes (UNE) e à União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) a habilitação para o sistema intermunicipal de passagem.

Com isso, resta apenas o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) publicar a habilitação das entidades no Diário Oficial do Estado (DOE) para que os estudantes possam colocar o selo na carteira estudantil gratuita e, então, ter direito à meia passagem intermunicipal.

Para o coordenador do projeto da Identidade Estudantil Eletrônica, Bruno Anderson, a validade das carteiras gratuitas para os estudantes é uma forma de fortalecer o direito à meia entrada. "Vejo esta decisão como uma grande vitória para os estudantes natalenses. Não reconhecer a UNE e a UBES como entidades estudantis era um grande equívoco e nós tínhamos certeza de que isso seria reparado, o que aconteceu agora por determinação da Justiça", ressalta o coordenador.

As entidades tiveram negado o direito da habilitação pelo DER devido à ausência da ata de fundação (incendiada pela ditadura em 64) e por não ter exibido o documento de todos os diretores previstos no estatuto, quando da apresentação dos documentos. No entanto, as entidades entraram na Justiça para provar que a exigência do DER era abusiva.

Com informação do DN Online

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A UNE não é mais a mesma

O Congresso da União Nacional dos Estudantes, realizado entre os dias 13 a 17 deste mês, evidenciou mais uma vez a força e a grandeza do movimento estudantil brasileiro. Mais de 10 mil estudantes, de todos os estados, eleitos por outros mais de 1 milhão e meio em quase a totalidade das instituições de ensino superior do Brasil.
Na programação do Congresso, nomes de peso do movimento político e educacional do país, como o ex-presidente Lula, o Ministro da Educação, Fernando Haddad, o Senador Cristovam Buarque, Márcio Porchmann, dentre outros. Além disso, tivemos diversos painéis, Conferências Livres de Juventude, ato em defesa do pré-sal pra educação, uma vasta programação cultural e debates fervorosos cujo centro foi a projeção do Brasil que queremos construir.

O 52º Congresso da UNE elegeu o carioca Daniel Iliescu, cuja chapa, “O Movimento Estudantil Unificado Pras Mudanças no Brasil”, reuniu diversas correntes de opinião política cuja principal pauta é fortalecer as mobilizações por 10% do PIB pra educação em uma grande Jornada Nacional de Lutas no mês de agosto.

Dentre as resoluções aprovada no rico espaço de discussão que é o Congresso da UNE estão o apoio à criação da Comissão da Verdade na Câmara dos Deputados, a fiscalização por parte da UNE dos recursos que serão investidos para a Copa do Mundo e Olimpíadas e ainda um texto crítico quanto à política de juros e superávit primário do governo Dilma.

Enquanto tudo isso acontecia, uma parte da nossa imprensa – a mesma que se coloca contrária às greves de servidores, que criminaliza os movimentos sociais, em especial o MST, que se rende a tudo o que vem de fora e subjulga o que é do nosso país – atacou o encontro dos estudantes, taxando-o de “chapa branca” por receber patrocínio de estatais.

Somente setores da sociedade incapazes de compreender a pluralidade da juventude e do movimento estudantil brasileiro podem fazer afirmação tão equivocada. A União Nacional dos Estudantes é a entidade do movimento social mais democrática do Brasil. Em seu Congresso, era possível identificar inúmeras correntes políticas – PCdoB, PT, PMDB, Psol, PCR, PPL, PDT, PSB, POR -, cujas opiniões, mesmo divergentes, são respeitadas e contribuem para que a UNE seja uma entidade tão grande, respeitada e influente na sociedade brasileira. Tanto que em sua fala no grupo de desenvolvimento nacional, o Senador Cristovam Buarque afirmou “gostaria que no Congresso Nacional houvesse debate de idéias tão rico quanto neste espaço”.

Questionam o patrocínio de estatais como se a UNE não fosse uma entidade de grande utilidade pública. Discussões apresentadas e aprovadas nos congressos da entidade repercutem nas universidades e nas campanhas promovidas pelo movimento estudantil em todos os Estados do país. É o recurso público a serviço do Brasil e do fortalecimento da nossa democracia. Não se pode dizer o mesmo quando esse mesmo recurso financia jornais que defendem as causas mais afinadas com interesses externos em detrimento do nosso país.

O que esse setor da imprensa costumeiramente finge não perceber é que o Brasil mudou e a UNE é parte e produto dessa transformação. Ao contrário de 1998 e 2002 quando o principal tema no país era o desemprego, hoje o Brasil se prepara para ser uma nação desenvolvida, com ampliação de sua qualidade democrática e a participação do povo nas riquezas produzidas.

Dez anos atrás fazíamos passeata rumo ao Palácio do Planalto porque o professor universitário recebia baixos e congelados salários, porque a assistência estudantil não estava na pauta do governo federal, porque a graduação de nível superior no Brasil era exclusividade de uma parcela reduzida de jovens, porque se abria instituições privadas a torto e a direito sem qualidade, porque não foram criadas novas instituições federais de ensino superior, dentre outros. É isso o que a imprensa finge não perceber.

As principais mobilizações da UNE no último período foram propositivas, no sentido de avançar ainda mais nas conquistas do povo brasileiro. É significativamente diferente de quando nossa pauta era de reação às mais diversas políticas educacionais e sociais implementadas pelo governo FHC contrárias não apenas à nossa pauta, mas a de todo o movimento educacional do Brasil. Medidas que agravaram nossa baixa qualidade de ensino e acentuaram o antagonismo entre a educação pública e privada.

Aqueles que acham que os estudantes são comprados com patrocínio estatal, deveriam lembrar que em 2001 o governo federal baixou uma Medida Provisória acabando com a exclusividade na emissão de carteiras estudantis da UNE. Na época, imaginaram que tal medida acabaria com a União Nacional dos Estudantes. Enganaram-se, pois os estudantes acabariam sendo determinantes para questionar o modelo econômico e elegendo Lula para a presidência. O que FHC e seu ministro, Paulo Renato, conseguiram foi enfraquecer a meia-entrada no Brasil.

O que devemos mesmo questionar é por que o patrocínio estatal ao Congresso da UNE ocupa páginas e mais páginas desses “preocupados” jornalões brasileiros, mas nossa Jornada de Lutas, que mobiliza mais de 200 mil estudantes, nesses mesmos jornais ganha nota de rodapé.

Em uma coisa a grande imprensa tem razão, a UNE não é mais a mesma. O 52º Congresso da entidade, o maior da nossa história, provou isso. A UNE está cada dia mais forte, mais presente e mais combativa nas universidades brasileiras. Que venha a marcha dos estudantes em agosto! Educação deve deixar de ser discurso para se tornar alavanca para o desenvolvimento nacional!

* Diretor da União Nacional dos Estudantes

quarta-feira, 20 de julho de 2011

UMES divulga campanha "Carteira de estudante não é negócio!"

Ao longo das próximas semanas, as escolas de Natal receberão cartazes da campanha "Carteira de estudante é um direito, não um negócio!". O objetivo é repercutir a defesa das principais conquistas dos estudantes (meia-entrada e meia passagem municipal e intermunicipal) como uma vitória do movimento estudantil (UBES, APES, UMES, Grêmios e DCEs) questionando as empresas e empresários de carteiras estudantis que lucram em cima de um direito conquistado com muito suor, disposição e unidade dos estudantes.
Entidades e estudantes podem pegar os materiais da campanha no endereço estadual da UNE e da UBES em Natal, na Avenida Rio Branco, 829, Cidade Alta, Sala 210. O Diretor de Políticas Educacionais da UMES, Jefferson Linhares, estima que mais de 100 escolas deverão receber os diretores da entidade para falar da campanha e fortalecer a organização dos estudantes.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Decisão do TJRN garante habilitação da UNE e UBES no RN

Em decisão proferida ontem (18), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte concedeu à União Nacional dos Estudantes (UNE) e à União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) o direito à habilitação para o sistema intermunicipal de meia passagem no Estado. As entidades tiveram negado o direito pelo DER (Departamento de Estradas e Rodagem) devido à ausência da ata de fundação (incendiada pela ditadura em 64) e por não ter exibido o documento de todos os diretores previstos no estatuto quando da apresentação dos documentos.


Em sua decisão, o relator, Desembargador Aderson Silvino, afirmou que “sucintamente, entendo como desproporcionais e desarrazoadas as exigências impostas para que a entidade estudantil seja habilitada no processo de cadastramento para a emissão de carteiras estudantis de 2011” e, ainda, “vislumbro abusiva a exigência da documentação pessoal de todos os seus 85 diretores”.

O Diretor da União Nacional dos Estudantes, Ramon Alves, comemorou a decisão. “A UNE acabou de realizar seu 52º Congresso com a presença de Haddad, Lula, Orlando Silva, Cristovam Buarque dentre diversas outras importantes personalidades brasileiras, reunindo mais de 10 mil estudantes de todos os Estados. Nunca duvidamos de que a decisão favoreceria um direito conquistado pelo movimento estudantil e transformado em negócio ao longo dos últimos anos”.

Para ele, o principal impacto dessa decisão ainda estar por vir. “Essa é uma jurisprudência que tem grande importância para garantir o direito dos estudantes, mas ainda mais importante para o ano de 2012, quando a Identidade Estudantil Eletrônica resultado da parceria entre a UNE, UBES, prefeitura e NatalCard vai extinguir o comércio de carteiras estudantis na capital”.

O Vice-Presidente da UMES, Pedro Henrique, comentou elogiando a Identidade Estudantil Eletrônica e criticando os empresários de carteiras. “O movimento estudantil tem como principal inimigo os empresários da meia-entrada, gente que se sustenta com um direito que eles nunca suaram para conquistar. Não são sequer estudantes. A decisão do TJRN sepulta o mercado de carteiras estudantis de Natal a partir de 2012. A Identidade Estudantil Eletrônica, único documento que unifica todos os direitos dos estudantes, sai ainda mais fortalecida e com o apoio dos segmentos cultural, prefeitura, empresários de transporte e estudantes”.

O blog da UMES divulgará todas as informações sobre a habilitação da UNE e da UBES para os estudantes que desejarem a utilização do selo.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

UNE elege novo presidente

O carioca Daniel Iliescu, 26 anos, torcedor do Flamengo e aluno de ciências sociais da UFRJ, foi eleito em Goiânia ao final de um processo que envolveu mais de 1,5 milhão de estudantes
A União Nacional dos Estudantes (UNE) finalizou o maior Congresso de sua história neste domingo (17), elegendo o jovem Daniel Iliescu, do Rio de Janeiro, como seu novo presidente. Oito mil estudantes de todo o Brasil participaram do Congresso em Goiânia, que em sua etapa preparatória nos estados reuniu os votos de mais de 1,5 milhão de alunos de universidades públicas e particulares. Houve, no total, votação em 97% das universidades de todo o país. O encontro marcou um novo recorde de participação dos jovens neste que é o maior e mais importante fórum do movimento estudantil brasileiro.

A chapa de Daniel Iliescu, "Movimento estudantil unificado para as mudanças do Brasil", foi eleita com 2,369 mil votos, o que representa 75,4% dos votos dos 3.138 delegados credenciados que votaram no 52º Congresso. Concorreram também as chapas, "Oposição de Esquerda" (18,5% - 581 votos), "MUDE - Movimento UNE democrático" (5,8% 183 votos) e "Por uma nova UNE" (0,1% - 5 votos).

A partir de agora, Iliescu ocupará o mesmo cargo que já foi de importantes nomes da vida pública brasileira como José Serra (ex-governador de São Paulo), Orlando Silva (ministro dos Esportes), Aldo Rebelo (deputado federal) e Lindbergh Farias (senador).

Flamengo, Sociologia e Smartphone

Quem se depara com o novo presidente da UNE em uma roda informal de bate papo ou na tranquilidade carioca de um chopp para o happy hour, não encontra ali discursos insuflados ou debates calorosos de ideias. De natureza calma, óculos no rosto e sorriso leve, o estudante Daniel Iliescu, de 26 anos, é do tipo que prefere sempre ouvir antes de falar, e faz questão de que todos falem.

Estudante de Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está encerrando o bacharelado –onde desenvolveu gosto pela pesquisa e foi bolsista– para iniciar a licenciatura, preparando-se para ser professor. Entre seus grandes sonhos, está o de trabalhar nas salas de aula do país: "Espero ver o fim do analfabetismo no Brasil em breve, se todos se empenharem", afirma. Nascido na capital carioca e criado em Petrópolis, é filho de uma mãe psicóloga e um pai engenheiro que, apesar de suas formações, decidiram também virar professores.

O jeito afável e manso, no entanto, não é o mesmo quando tira os óculos e pega o microfone, liderando os estudantes nas ruas, em protestos e lutas difíceis do movimento estudantil. Foi o lado enérgico e capaz de contagiar milhares de jovens que levaram Daniel Iliescu, enquanto foi presidente da União dos Estudantes do Rio de Janeiro, a conquistar vitórias históricas no estado como a aprovação do meio passe nos transportes para estudantes do Prouni e cotistas de universidades da capital.

A energia também é muito bem gasta no Maracanã ou em frente à TV assistindo aos jogos do Flamengo, por quem se permite ser alienavelmente apaixonado. Filiado ao Partido Comunista do Brasil (PC do B) e defensor do projeto de transformação social iniciado pelo governo Lula, Daniel confessa que não ergue o ex-presidente ao pedestal de maior ídolo da sua vida: "Se eu colocar o Lula lá, qual lugar vai sobrar para o Zico?", brinca.

Quando volta a falar sério, diz que espera incluir o Flamengo e outros grandes times do país em uma campanha pela educação brasileira: "Quero convidar o Ronaldinho Gaúcho e outros grandes jogadores camisa 10 a utilizarem o número de suas camisas em uma campanha pelo investimento de 10% do PIB em educação, para melhorar as escolas e pagar melhor os professores do país". A UNE critica a proposta do governo Dilma Rousseff, no projeto do Plano Nacional de Educação, de investir somente 7% do PIB nesse setor até 2020. Atualmente os investimentos são de cerca de 5%. Iliescu defende um grande pacto pela educação nacional, que seja maior do que as divergências entre os partidos e grupos políticos, reunindo estudantes e outros setores da sociedade.

Unindo o lado sociólogo ao lado militante, Iliescu teoriza sobre o modelo histórico de exploração das riquezas naturais no país, para defender também o projeto que destina 50% do fundo social do Pré-Sal somente para a educação. Seria uma forma de transformar um recurso não renovável em benefício social direto, como não foi feito durante os ciclos do pau-brasil, do ouro ou do café.

Daniel não se enquadra nem ao estereótipo do estudante bicho-grilo – apesar de confessar um passado de dread locks no cabelo – nem de moderninho – apesar de se lembrar que a cabeça também já foi pintada de azul. Fã de samba e de rock progressivo, de mochila nas costas e tênis batidos, acompanha as últimas notícias pelo smartphone, um Motorola Atrix, de onde acessa o Twitter e o Facebook, sempre postando ou repassando alguma coisa. Monitora os blogs de política pela internet, mas afirma que não abre mão também dos jornais de papel: "Leio a Folha de S. Paulo e o Globo todos os dias".

O novo presidente da UNE se diz satisfeito com a recente onda de marchas e movimentos independentes, muitas vezes iniciados na internet, que têm ocupado as ruas do país. Iliescu espera, em sua gestão, melhorar a participação da UNE na rede digital e ampliar os temas em discussão dentro da entidade, como por exemplo a questão das drogas. Pessoalmente, se diz contra a política proibicionista do estado e defende que o debate a favor e contra a legalização da maconha também tenha espaço, democraticamente, dentro do movimento estudantil.

Durante os próximos dois anos, Daniel Iliescu será o representante dos milhões de universitários brasileiros, sustentando seus direitos e amplificando seus anseios. Sabe que a agenda é grande e os compromissos são muitos. Já chega a admitir que terá um pouco menos de tempo para a namorada Bianca, de quem está sempre junto, mas não se preocupa: "De dia, estarei estudando ou militando pela UNE. De noite, seja em casa ou na balada, estarei sempre do lado dela", promete o presidente, que sonha em casar e ter filhos.

Com informações do site da UNE

domingo, 17 de julho de 2011

Augusto Chagas: “Sensação de dever cumprido”

Na manhã deste sábado (16) teve início a plenária final do 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). Durante os dois dias de plenária os delegados irão aprovar as resoluções e os direcionamentos políticos que a entidade deverá seguir nos próximos dois anos. Na ocasião, será eleita também a próxima direção da UNE, neste domingo (17). Com o Ginásio Goiânia Arena lotado, todas as forças políticas estão apresentando suas teses aos delegados eleitos.
Durante a plenária final o atual presidente da entidade, Augusto Chagas, concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal Vermelho, fazendo um balanço da gestão 2009/2011 e apontando os novos desafios que serão enfrentados no próximo biênio.

Leia abaixo a entrevista na íntegra:

Portal Vermelho: Depois de dois anos de gestão, qual é o saldo final das ações e atividades que a UNE encabeçou?

Augusto Chagas: O que nós temos é a sensação de dever cumprido. Eu e toda essa diretoria da UNE podemos nos orgulhar de termos cumprido os objetivos principais que foram estabelecidos no último congresso. Foi uma gestão que soube participar dos grandes debates que aconteceram nos últimos dois anos, começando pelo mais importante, que foi a eleição presidencial de 2010. A UNE soube se posicionar de maneira firme no primeiro turno, reforçando a sua independência e optando por não apoiar nenhuma das candidaturas. No segundo turno também tivemos a coragem de nos posicionar em um momento de polarização, apoiando a candidatura de Dilma Roussef.

Acredito que houve algumas marcas importantes nessa gestão: a primeira foi a luta do 50% do pré-sal para a educação. A UNE conseguiu transformar essa bandeira em uma luta não só dos estudantes, mas também de muitas entidades do movimento educacional e social. Recentemente nós lançamos também essa batalha pela destinação de 10% do PIB para a educação. Além disso, tivemos forte envolvimento na Conferência Nacional de Educação e conseguimos apresentar 61 emendas ao PNE.

Foi uma gestão também que soube realizar grandes fóruns da UNE, bastante mobilizados, em que a nossa rede demonstra toda a nossa vitalidade. Nesses fóruns a nós tivemos a oportunidade de dialogar com muitos setores da sociedade. Conversamos com intelectuais, professores, lideranças do movimento social, do mundo político, entre outros. A UNE foi muito prestigiada nesses dois anos nos fóruns que ela realizou, sempre conseguindo trazer figuras muito importantes da sociedade. Nossa gestão realizou também uma das maiores bienais da história da UNE que aconteceu no Rio de Janeiro e contou com a presença de 10 mil estudantes.

Outra marca importante para essa gestão foi a realização do congresso mais representativo da história da UNE. 97% das instituições de ensino participaram do processo de eleição dos quase 6 mil delegados que representam mais de 6 milhões de universitários. Votaram mais de 1,5 milhão de universitários. Essa marca é muito expressiva e demonstra toda a vitalidade que a UNE vive hoje.

Nós conseguimos fazer todas essas atividades com uma marca que diferencia os estudantes dos outros setores do movimento social, que é a capacidade de mobilizar a juventude, fazendo passeatas e manifestações em torno das nossas bandeiras de luta. Ao lado da UBES, já nos primeiros 40 dias de gestão nós fizemos uma passeata em Brasília cobrando os 50% do pré-sal para a educação. Fizemos também uma grande passeata aqui em Goiânia durante o congresso pelos 10% do PIB para a educação. É uma gestão que começou e terminou nas ruas, fazendo grandes mobilizações.

Vermelho: A UNE jogou um papel muito importante nas eleições presidenciais de 2010. Como foi o relacionamento da entidade com o governo Lula e qual é a relação hoje com a presidenta Dilma Roussef?

Augusto Chagas: O que a UNE soube casar durante os anos do governo Lula foi uma característica de se aproveitar dos espaços de diálogo. Lula optou por construir o seu governo dialogando com a sociedade e com o Movimento Estudantil. Mas o diálogo é importante desde que ele não comprometa a sua marca que é de fazer pressão. Não é com favores que os estudantes conquistam as sua vitórias. Foram anos de muitas conquistas, a educação brasileira melhorou bastante. A UNE foi contemplada em muitas pautas que ela reivindicava há muito tempo, como o crédito educativo, o ProUni, a duplicação de vagas na universidade pública entre tantas outras. Foram muitas conquistas que a UNE teve em virtude dessa postura de diálogo e pressão ao mesmo tempo

Penso que a relação com o governo da Dilma precisa manter essa mesma trajetória. A Dilma, que foi eleita com uma plataforma de esquerda, avançada, de compromisso com os trabalhadores, precisa agora cumprir o que prometeu. Devemos aproveitar também os espaços de diálogo que a presidenta já sinalizou que quer estabelecer. Recentemente fizemos uma passeata em Brasília e a presidenta recebeu uma comissão da UNE e da UBES no palácio para ouvir as reivindicações dos estudantes, mostrando que ela quer manter o canal aberto.

Vermelho: Recentemente um setor da imprensa no Brasil publicou matérias atacando a UNE e a classificando como “Chapa Branca”. Qual a relação que a entidade teve com a mídia nos últimos dois anos?

Augusto Chagas: A cada dia fica mais claro que alguns grandes veículos da mídia brasileira se organizam como um partido político, que tem a suas opiniões próprias e que não tem nenhum compromisso com o jornalismo, com a informação e com o interesse público. Esses grandes veículos atuam como uma corrente política e que, de maneira inescrupulosa, bancam suas manchetes e constroem opiniões através do que deveria ser notícia. Ao longo de muitos anos a grande imprensa atacou muito a nossa entidade, pois não se conformam que a UNE mais uma vez acertou. Eles desejavam que nós não tivessemos entendido o momento pelo qual atravessa o país. A UNE optou por brigar por essas mudanças que estão acontecendo e não por lutar contra elas. É por isso que a mídia não se conforma e é por isso que nos ataca.

Nesse último período, a única coisa que eles conseguem insistir é nessa conversa fiada de que a UNE é chapa branca e que troca suas ideias pelo fato de receber patrocínios para realizar as suas atividades. Isso é uma coisa absurda. A UNE sempre contou com o apoio de governos de instituições. O congresso de reconstrução em 1979 foi todo pago por Antônio Carlos Magalhães, e acredito que ninguém tem dúvidas de que a UNE tenha, por um milímetro, flexibilizado sua opinião sobre o ACM. A organização dos estudantes é absolutamente de interesse público.

Para a imprensa que tem repetido isso nós temos perguntado e afirmado que, no ano passado, só em verbas publicitárias e federais, que é o mesmo tipo de apoio que a UNE recebe, a grande imprensa recebeu quase 1 bilhão de reais somente de entidades federais. Portanto eles deveriam se envergonhar de ficar repetindo essa ladainha. Essa é a única coisa que ainda sobra para eles repetirem e tentarem descaracterizar a nossa entidade para uma parte da população.

Nós respondemos a eles no dia a dia com a nossa luta, com os números desse congresso e com a nossa rede do movimento estudantil, que é tradicional e forte.

Vermelho: Recentemente a UNE ocupou o terreno que foi tomado pela Ditadura Militar e conseguiu sua posse definitiva. Como estão os preparativos para a construção da nova sede?

Augusto Chagas: Essa foi uma marca muito importante e todos nós estamos muito orgulhosos. Essa gestão teve muito compromisso com esse desafio que nós enfrentamos e demos muitos passos significativos para a construção da nova sede. Nós conseguimos aprovar o projeto de lei que responsabilizou o Estado brasileiro pelo incêndio e pela demolição da sede por unanimidade. A UNE soube, tecnicamente e politicamente, construir a argumentação necessária para que o projeto fosse aprovado. Essa luta foi muito diferente para nós, porque a UNE tem a vocação de fazer as suas lutas, mobilizar os estudantes, pautar os debates. Construir um prédio foi algo totalmente novo para essa gestão e nós lutamos muito para conseguir aprovar a indenização e o projeto.

Hoje a nova Sede está toda tecnicamente definida, desenhada pelo grande brasileiro que é o arquiteto Oscar Neymeier, o que nos honra muito. A nova sede vai trazer de volta o cunho cultural para aquela região do Rio de Janeiro, o que era uma vocação também do antigo prédio, além de possuir caráter nacionalista e democrático. Alguns contratos para o início da obra já foram assinados e o nosso desafio agora é inaugurar, na próxima gestão, o nosso novo prédio.

De Goiânia,
Artur Dias

sábado, 16 de julho de 2011

UNE realiza ciclo de debates durante terceiro dia de congresso

O terceiro dia de atividades do 52º Congresso da UNE foi dedicado aos grupos de debates e palestras. Ao todo, foram realizadas 24 discussões temáticas nas dependências da UFG e da PUC. Os temas abordados estiveram relacionados à juventude, à regulação e ao financiamento da educação, aos direitos humanos, à luta anti-imperialista e aos diversos temas ligados ao movimento estudantil.
Estiveram presentes como expositores diversos setores da sociedade. Políticos, cientistas sociais, ministros de Estado, coordenadores e militantes de movimentos sociais deram contribuições e trocaram experiências com os delegados e observadores do congresso.

PNE

No período matutino foi realizado, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFG, um seminário sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), que está em discussão no Congresso Nacional. Participaram desse debate Arlindo Queiroz, coordenador de sistematização do PNE e representante do MEC; Gabrielle d’Almeida, diretora da Ubes; e Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Com o auditório lotado, Arlindo Queiroz ressaltou a importância do PNE enquanto lei que vai orquestrar a educação brasileira. Arlindo afirmou também que as Conferências de Educação precisam ser instrumentos de Estado, para que seja garantida a continuidade desse fórum. “Nesses espaços de discussão participam não só pessoas, mas também de entidades representativas de estudantes, trabalhadores, gestores e mesmo de empresários”, acrescentou Queiroz.

O Coordenador Geral Daniel Cara fez críticas ao PNE apresentado pelo governo federal. Para ele não há vinculação entre a educação e o desenvolvimento. Daniel também afirmou que a proposta de destinação de 7% do PIB para a Educação proposta pelo MEC é insuficiente, uma vez que, com esse percentual o Brasil só alcançaria os índices educacionais dos países desenvolvidos em 2050. “Com a proposta da UNE, que defende o investimento de 10% do PIB, o Brasil alcançaria os melhores índices já em 2030, o que representaria uma verdadeira revolução no país”, alertou Daniel.

Gabrielle d’Almeida, membro da diretoria executiva da Ubes, também destacou a necessidade de dar continuidade ao trabalho das Conferências de Educação. Afirmou também que a discussão do PNE precisa contemplar o apoio do MEC às universidades estaduais, pois elas estão mais próximas da realidade de cada região.

2ª Conferência Nacional de Juventude

Paralelamente ao Seminário do PNE, foi promovida, na Faculdade de Educação da UFG, debate sobre a 2ª Conferência Nacional de Juventude. A conferência, que acontecerá em dezembro de 2011, terá como lema “Conquistar direitos, desenvolver o Brasil”, e tem o objetivo de definir quais são os direitos da juventude, as políticas e os programas prioritários, além de apontar outros mecanismos de participação dos jovens brasileiros.

O presidente do Conselho Nacional de Juventude, Gabriel Medina, afirmou que é necessário que a nova conferência levante a pauta da vida segura para a juventude. Gabriel trouxe um dado da ONU que aponta que o Brasil é o 6º país onde se matam mais jovens, principalmente negros e de classes menos favorecidas da sociedade. “A juventude que morre tem classe e cor. 70% dos jovens que morrem são negros e pobres” afirmou Gabriel.

Participou do debate também o presidente nacional da União da Juventude Socialista, André Tokarski. Ele ressaltou que o termo “juventude” não existia antes da revolução burguesa e que ele foi criado para definir o período entre a infância e a inserção no mercado de trabalho. André disse ainda que o sistema capitalista não oferece perspectiva e que a política econômica do país é prejudicial aos jovens . “Essa política econômica de manter o dólar com preço baixo é criminosa para a juventude. Ela provoca a desindustrialização do nosso país e reduz as nossas ofertas de emprego”, afirmou Tokarski.

Ato em defesa da memória e da verdade

No período vespertino a UNE promoveu um ato em homenagem à Comissão da Memória e da Verdade, que busca resgatar as memórias da ditadura militar no Brasil, abrindo os arquivos da ditadura e colhendo depoimentos de sobreviventes e familiares dos desaparecidos políticos do regime.

O ato contou com a presença da presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Manuela D’ávila, do presidente da Associação de Anistiados de Goiás, Hélio Cabral, do secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, do ministro da Justiça e da ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário.

O presidente da UNE, Augusto Chagas, abriu o ato afirmando que a UNE faz o debate sobre a abertura dos arquivos da ditadura sem amargura e com esperança no futuro. Lembrou de Honestino Guimarães e de outros líderes estudantis mortos e desaparecidos na ditadura. Disse também que, em respeito às famílias dos desaparecidos é necessário “punir os criminosos que reprimiram, mataram e torturaram”. Augusto afirmou ainda que a juventude do Brasil precisa saber quem são os seus heróis.

Augusto Chagas discursa no Ato em defesa da memória e da verdade

A deputada federal Manuela D’ávila (PCdoB-RS) ressaltou que a UNE é uma entidade que sempre lutou pela verdade. Disse também que a Comissão precisa ser aprovada o mais rápido possível, sob pena de que muitas memórias sejam perdidas. “A pressa em aprovar (a comissão) é porque existem muitos que não morreram na ditadura, mas que estão morrendo agora. Os sobreviventes e familiares estão envelhecendo e é preciso que eles cumpram esse dever patriótico de contar ao povo brasileiro a verdade”, afirmou Manuela.

José Eduardo Cardoso, ministro da Justiça, fez a última fala do ato lembrando que tem orgulho de todos aqueles que lutaram e enfrentaram o regime de exceção. Ressaltou também que o Governo Brasileiro hoje pede perdão pela repressão cometida e que o projeto que cria a comissão não é do governo, mas do povo brasileiro.

Ciclo de debates

Depois do ato, foram promovidos vários debates simultâneos sobre os temas: desenvolvimento econômico, soberania nacional, meio ambiente, reforma urbana, saúde, democratização dos meios de comunicação, política de drogas, políticas no esporte, reforma política, código florestal e conjuntura internacional.

Durante a noite desta sexta-feira são aprovadas as propostas consensuais na primeira plenária geral do congresso, no Ginásio Goiânia Arena. A partir da manhã de sábado (16) até a tarde de domingo os delegado(a)s irão votar as resoluções polêmicas eeleger a nova diretoria da entidade.